A partir do momento em que se adquire consciência ambiental e econômica, a tendência é, cada vez mais, querer reaproveitar coisas e, uma delas, é fazer a reciclagem do lixo. Para isso, uma das ações primordiais para esse processo é a coleta seletiva.
Em Anápolis, a Secretaria de Meio Ambiente, Habitação e Planejamento Urbano é responsável pelo recolhimento de recicláveis em 150 bairros da cidade e conta com seis caminhões para a realização do serviço de coleta seletiva. “De outubro a janeiro tivemos um aumento de 30% nas pesagens dos recicláveis, muito além do esperado”, diz o diretor de limpeza urbana, Yan de Castro.
As pessoas têm procurado mais a Secretaria para saber a forma correta de descartar os materiais. “Ficamos felizes com a alta aceitação por parte da população”, afirma o diretor. De acordo com ele, o trabalho das equipes para sensibilizar o cidadão é a continuidade de um processo que começa dentro de casa. “O cidadão faz parte da coleta seletiva, ele é um membro, não só o poder público, precisamos de todos para melhorar o nosso meio ambiente”, acrescenta.
Além da iniciativa de evitar que esses materiais sejam descartados de forma incorreta, ela gera renda para duas cooperativas do município, fruto de acordo firmado com o Ministério Público. “Antigamente, as famílias – que hoje trabalham nas cooperativas – tiravam seu sustento no lixão a céu aberto, que atualmente deu lugar ao aterro sanitário do município, que se tornou referência no Estado”, explica Yan, recordando-se que os trabalhadores da cooperativa viviam em meio à comida estragada, materiais cortantes ou até infectantes. “Isso é extremamente nocivo à saúde e a vida desses catadores era completamente desumana.”
Descarte correto
A maneira correta de descartar o material reciclável é lavar as embalagens que continham material orgânico para que quando chegarem nas cooperativas os trabalhadores não tenham que fazer esse trabalho e, principalmente, que não voltem a misturar o produto orgânico com os recicláveis. No caso do vidro, é indicado que ele seja embalado para que nenhum cooperado se machuque. Já em relação ao lixo eletrônico, a pessoa deve procurar a Secretaria, pois ela irá indicar o local adequado para o seu descarte.
O órgão tem um cronograma divulgado no site da Prefeitura para que as pessoas possam conferir as datas e os horários que o caminhão passará em cada bairro. “Caso ele não passe em sua rua, basta ligar para o 156 ou para a Secretaria de Meio Ambiente e informar o seu endereço”, esclarece o diretor.
Coleta legal
O município também conta com o programa Coleta Legal, que consiste no recolhimento, de porta em porta, dos materiais e eletrodomésticos inservíveis. “Recolhemos sofás, cadeiras, mesas, colchões, camas, armários, micro-ondas, dentre outros. Basta a pessoa fazer um protocolo por meio do telefone 156, informar seu endereço e o que deve ser recolhido”, diz Yan. A partir do contato, a Secretaria agenda com o solicitante o melhor horário para a coleta. “Isso tudo para que esses materiais não sejam descartados em terrenos baldios, córregos ou canteiros da cidade”, pontua.
A Secretaria trabalha com esse programa desde 2019. Desde então, já foram mais de 1,5 mil protocolos atendidos e temos uma média de três a quatro peças por protocolo. “Se formos contabilizar, ao longo dos anos que viemos trabalhando, conseguimos recolher aproximadamente mais de 4 mil objetos”, destaca Yan.
A Secretaria de Meio Ambiente, Habitação e Planejamento Urbano conta também com o pessoal da assistência social para fazer a triagem dos materiais, pois a maioria dos móveis e eletrodomésticos estão em boas condições de uso. “Muitas vezes são televisores que foram apenas trocados por maiores, sofás substituídos por modelos novos e ainda aqueles produtos que têm sua vida útil prolongada. Então é feito um levantamento e os objetos são destinados às famílias que necessitam dessa atenção”, conclui o diretor.